Em toda a costa circundante da ilha Terceira foram construídos fortes defensivos, os primeiros resultaram da necessidade de proteção das embarcações da Rota da Índia e muitos outros foram mandados construir para defender a ilha do invasor castelhano. Já nada resta de alguns, mas ainda é possível encontrar vestígios de mais de cerca de três dezenas.
No último quartel do século XVI, a cidade de Angra torna-
-se o mais importante porto de escala no Atlântico na torna viagem, e alvo da cobiça de piratas e corsários.
Além do crescente movimento de embarcações e mercadorias, a circulação de gentes e, particularmente, de mestres de vários ofícios, vai intensificar a atividade construtiva quer de estruturas fortificadas e defensivas, quer de intervenções de arranjo no interior de muitos templos.
Na cidade em crescimento encontrava-se o ouro da Mina,
a prata da América, as especiarias da Índia e as porcelanas da China, e a urbe foi-se construindo com ruas largas e regulares, primeira cidade com traçado renascentista no Atlântico.
Durante o domínio castelhano o inacessível istmo natural que é o Monte Brasil deu lugar à construção de uma grande cidadela para acolhimento de militares, armazenamento de víveres e munições (1591). A sua função era dupla: além de vigiar e dissuadir ataques do exterior, era também a de controlar e submeter a cidade que antes combatera o invasor castelhano. A Fortaleza de São Filipe, que depois da Restauração passou a designar-se de São João Batista, é uma fortificação de planta poligonal e muralhas rematadas por baluartes avançados, classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1943.
Toda a costa baixa de calhau rolado que se desenrola entre a Salga e a, então, vila da Praia, esteve pontuada por fortes e redutos defensivos de tal forma que o historiador Gaspar Frutuoso a descreve assim no século XVII: [está a vila] cercada de boa muralha, com os seus fortes e baluartes toda em redondo, povoada de nobres e antigos moradores, como uma das mais antigas povoações da ilha.
Um troço de muralha pode, ainda, ser apreciado na marginal embora a incerteza da sua datação não garanta que seja a contemporânea da descrição de Frutuoso.
O Forte Grande de São Mateus terá sido construído em 1567 e, como os outros fortes da costa a oeste de Angra, cruzava fogo com os demais e mantinha a vigilância daquele troço da costa. Mantendo-se em bom estado de conservação até ao século XX, voltou a ser militarmente guarnecido durante a IIª Guerra Mundial.
Na continuação da Salga, também na baía das Mós a real possibilidade de desembarque inimigo levou à construção, entre 1580-83 do forte da Greta e do forte de Santa Catarina das Mós unidos por uma muralha e, depois, reforçados com o forte do Bom Jesus, já em 1644. Todo o local evoca a Batalha das Mós ocorrida em 1583, quando, e por onde, Álvaro Bazán, marquês de Santa Cruz, invade a ilha pondo fim à resistência terceirense.
Em 1527 o fidalgo Pero Anes do Canto foi instituído Provedor das Armadas e Fortificações com a incumbência de esperar, nas imediações do Corvo, as naus que vinham da Índia, e acompanhá-las até ao porto de Angra onde eram reabastecidas de víveres e água, e reparadas. Devia também patrulhar as imediações das ilhas, sempre infestadas de corsários prontos a atacar e pilhar naus indefesas e povoações costeiras.
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