Os Açores eram espaços virgens e a organização do povoamento, a partir do século XV, implicou a criação de espaços de cultivos da vinha, ultrapassando as dificuldades do clima e do território, ao mesmo tempo que povoou o território de elementos artísticos.
Propomos-lhe, por isso, percorrer a ilha Terceira com este tema em pano de fundo, visitando locais, observando elementos artísticos, percebendo manchas de paisagem, experimentando sabores.
A freguesia dos Biscoitos, ao norte da ilha, retira o nome de um certo tipo de solo, negro e facilmente quebrável em pedaços, resultante de lava e escórias vulcânicas.
Após o povoamento das ilhas dos Açores, pelos portugueses, no século XV, estas zonas, de difícil uso para outras finalidades, começaram a ser reconfiguradas, lentamente, para permitirem o cultivo da vinha, deixando de ser terreno perdido e sem préstimo.
As curraletas, laboriosamente executadas com recurso a paredes finas e com percursos desenhados e localizados de modo a não prejudicar o cultivo, mas garantir a passagem, criaram uma extensão de cerca de 165 hectares, hoje integrada nas áreas à responsabilidade do Parque Natural da Ilha Terceira, onde coexistem com ecossistemas e habitats naturais.
A casta verdelho é uma Vitis vinífera branca, de vigor moderado, sensível ao míldio e ao oídio, que foi quase banida por completo do restante território europeu, por ocasião a chegada da Filoxera, em meados do século XIX. Nos Açores, manteve-se em algumas ilhas, como a Terceira, Graciosa e Pico. As suas uvas, translúcidas, levemente oblongas e em cachos pequenos, dão um vinho com acidez e alguma salinidade, marcantes deste “terroir”, muito próximo do mar.
Permite vinhos generosos muito bons e acompanha, sobretudo, pratos com sabores vigorosos como a sempre referenciada alcatra terceirense, onde faz ressaltar, com a sua frescura, os temperos de pimenta, cravinho e louro.
A Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos, a mais antiga confraria dos Açores, é uma associação báquica, fundada, na ilha Terceira, a 10 de Março de 1993.
Tem sede na Freguesia dos Biscoitos e os confrades trajam uma capa de côr azul (côr da bandeira da Região), debruada a ouro (côr de verdelho). Para o emblema a Confraria escolheu as armas da Região Autónoma dos Açores, com a variante de os animais serem de cor castanho, inspirada nos bois do Ramo Grande. A tamboladeira baseia-se na “Taladeira” de barro, típica da Ilha Terceira, usada na prova de vinho novo.
Constando dos seus princípios e estatutos a intenção de defender, prestigiar, valorizar, promover e divulgar o Vinho Verdelho dos Biscoitos, bem como todo o vinho de qualidade da Região Autónoma dos Açores, a pressão dos seus membros contribuiu, para que, actualmente, a mancha de território óptimo, para produção do verdelho, seja uma paisagem protegida legalmente, integrada no Parque Natural da Ilha Terceira.
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